Nesta edição do “IAPS com Você”, o Dr. Antonio Egidio Nardi aborda um tema de extrema importância: o uso de benzodiazepínicos e seu impacto no risco de demência e marcadores de neurodegeneração. Com base em um estudo recente, ele explora os desafios e as implicações clínicas desse tipo de medicamento em populações mais idosas.
O uso de benzodiazepínicos é uma prática comum em psiquiatria, especialmente em populações mais idosas. Esses medicamentos são amplamente prescritos para tratar condições como transtornos de ansiedade e distúrbios do sono. No entanto, seu uso prolongado levanta preocupações sobre possíveis efeitos adversos cognitivos e um potencial aumento do risco de demência.
Benzodiazepínicos e Neurodegeneração: O que sabemos?
Um estudo recente publicado no BMC Medicine investigou a relação entre o uso de benzodiazepínicos e o risco de demência em uma amostra populacional de idosos cognitivamente saudáveis. A pesquisa incluiu mais de 5 mil participantes e avaliou o uso desses medicamentos por um período de 15 anos, correlacionando-o com marcadores de neurodegeneração e diagnósticos de demência durante um acompanhamento de 11 anos.
Os resultados sugerem que o uso geral de benzodiazepínicos não foi associado a um aumento significativo no risco de demência. Contudo, foi observada uma correlação entre o uso de ansiolíticos e uma redução de volumes em áreas do cérebro como o hipocampo, a amígdala e o tálamo, regiões intimamente ligadas à memória e ao processamento emocional.
Reflexões Clínicas: Segurança e Eficácia
Os achados reforçam a necessidade de um uso criterioso e monitorado de benzodiazepínicos, especialmente em pacientes mais vulneráveis. A identificação precoce de riscos cognitivos e a adoção de estratégias terapêuticas baseadas em evidências são essenciais para minimizar potenciais efeitos adversos e garantir a segurança dos pacientes.
Conforme mencionei no vídeo que acompanha este artigo, é fundamental que psiquiatras e profissionais de saúde mental adotem uma abordagem integrada no manejo desses medicamentos, avaliando constantemente a necessidade de continuidade do tratamento e possíveis alternativas.
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