Farmacogenética no Transtorno de Pânico: Um Caminho para a Psiquiatria Personalizada

Os avanços da farmacogenética estão abrindo novos caminhos para a psiquiatria, especialmente quando o assunto é transtorno de pânico resistente ao tratamento. Para os profissionais da área, essa é uma oportunidade de personalizar abordagens terapêuticas e aumentar as chances de sucesso dos pacientes.

Por que alguns pacientes não respondem aos tratamentos tradicionais?

Embora os tratamentos convencionais, como antidepressivos e benzodiazepínicos, sejam eficazes para muitos, entre 20% e 40% dos pacientes com transtorno de pânico apresentam resistência ao tratamento. Pesquisas indicam que essa dificuldade pode estar relacionada a fatores genéticos que influenciam a metabolização e a eficácia dos medicamentos.

Um estudo conduzido pelo Dr. Antonio Egidio Nardi e sua equipe analisou pacientes com transtorno de pânico resistente e utilizou testes farmacogenéticos para identificar polimorfismos genéticos relacionados à resposta medicamentosa. Os resultados foram reveladores:

  • ABCB1: Em 90% dos pacientes, foram detectados alelos associados à resistência medicamentosa. Essa glicoproteína desempenha um papel fundamental no transporte de medicamentos através da barreira hematoencefálica, interferindo na eficácia de antidepressivos.
  • MTHFR: Este gene, crucial para o metabolismo do folato, apresentou redução de atividade em 74% dos casos, sugerindo impacto direto na resposta ao tratamento psiquiátrico.
  • CYP2C19: Variantes deste gene, que codifica enzimas do citocromo P450, foram associadas tanto a metabolização acelerada quanto reduzida de antidepressivos e ansiolíticos​​.

Como a farmacogenética pode transformar a prática psiquiátrica?

Os testes farmacogenéticos ainda estão em fase de desenvolvimento, mas os resultados preliminares destacam sua relevância. Saber antecipadamente como um paciente metaboliza e responde a diferentes classes de psicofármacos permite:

  • Reduzir o tempo de tentativa e erro: Identificar a medicação mais eficaz desde o início.
  • Diminuir os efeitos colaterais: Ajustando as doses de acordo com o perfil genético.
  • Aumentar a adesão ao tratamento: Melhorando os desfechos terapêuticos.

Como aprender mais sobre isso?

O Instituto de Aprimoramento em Psiquiatria e Saúde Mental (IAPS) oferece o curso “Psicofarmacologia: Princípios Gerais e Prática Clínica”, que inclui módulos detalhados sobre farmacogenética, metabolismo de psicofármacos e estratégias de manejo para transtornos resistentes. Ministrado por especialistas como o Dr. Antonio Egidio Nardi, o curso combina teoria e prática clínica, ideal para médicos e psiquiatras que desejam expandir seu conhecimento na área.

Conclusão

Compreender a relação entre genética e resposta ao tratamento é um passo essencial para personalizar a prática psiquiátrica. A farmacogenética está na vanguarda dessa transformação, prometendo melhorar a qualidade de vida dos pacientes e redefinir os padrões de cuidado na saúde mental.

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