Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO): Um Tratamento Subutilizado na Depressão Maior
No vídeo de hoje, o Dr. Antonio Egidio Nardi, professor titular de Psiquiatria da UFRJ, explica por que os inibidores da monoamina oxidase (IMAO) são uma classe de antidepressivos amplamente subutilizada, apesar de sua eficácia comprovada em subtipos específicos de depressão maior.
O Que São os IMAOs?
O progresso no desenvolvimento de novos tratamentos para transtornos psiquiátricos tem sido historicamente lento, com muitos medicamentos funcionando por mecanismos semelhantes aos introduzidos há mais de 50 anos. No entanto, recentes avanços na neurociência oferecem novas oportunidades para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e bem tolerados.
Por Que os IMAOs São Pouco Usados?
Conforme descrito no artigo recente da Acta Psychiatrica Scandinavica, a utilização dos IMAOs caiu drasticamente nas últimas décadas, principalmente devido ao medo de interações alimentares (a famosa “reação ao queijo”) e interações medicamentosas perigosas, como a síndrome serotoninérgica. No entanto, os avanços nas dietas restritivas e a melhor compreensão de suas interações tornaram esses medicamentos mais seguros do que muitos profissionais imaginam.
“Infelizmente, os psiquiatras em formação raramente aprendem sobre os IMAOs e suas indicações, resultando em uma lacuna no conhecimento sobre um tratamento que pode ser eficaz em casos de depressão resistente”, explica o Dr. Nardi.
A Eficácia dos IMAOs
O artigo destaca que os IMAOs, especialmente fenelzina e tranilcipromina, continuam sendo altamente eficazes, particularmente em subtipos difíceis de tratar, como:
Depressão resistente ao tratamento: Pacientes que não respondem a outros tratamentos muitas vezes encontram alívio com o uso de IMAOs.
Depressão bipolar: A tranilcipromina se destaca como uma das opções mais eficazes, especialmente em pacientes que não respondem bem a outros antidepressivos.
Depressão atípica: Estudos mostram que a fenelzina tem uma taxa de resposta superior a antidepressivos tricíclicos e placebo em casos de depressão com sintomas atípicos, como hipersonia e ganho de peso.
O Futuro dos IMAOs
Embora subutilizados, os IMAOs estão ganhando espaço novamente como uma opção válida para pacientes que não obtêm sucesso com antidepressivos convencionais. É crucial que os psiquiatras e os profissionais de saúde mental considerem esses medicamentos ao lidar com casos complexos de depressão.
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