A Psiquiatria e o Novo Cenário do Tratamento da Obesidade
No terceiro episódio da série “IAPS com Você”, o Dr. José Carlos Appolinário, renomado especialista em psiquiatria e transtornos alimentares, aborda um tema cada vez mais relevante: a relação entre a psiquiatria e o tratamento da obesidade.
A Obesidade como Doença Crônica
A obesidade é considerada uma doença crônica e de difícil tratamento, com causas que incluem fatores genéticos, comportamentais, metabólicos e hormonais. Embora diversas estratégias de manejo, como mudanças na dieta e no estilo de vida, terapia comportamental e medicações, estejam disponíveis, muitas vezes os resultados são insatisfatórios devido à alta taxa de recidiva.
Novas Abordagens Farmacológicas
Nos últimos anos, uma nova era de tratamento para a obesidade tem surgido, com avanços significativos em intervenções farmacológicas. Medicamentos como naltrexona/bupropiona, liraglutida, semaglutida e tirzepatida trazem novas esperanças para o manejo do peso, não apenas pela sua eficácia em reduzir a obesidade, mas também por abordar aspectos neuropsiquiátricos, como a regulação do apetite e do sistema de recompensa cerebral.
Esses medicamentos são capazes de alterar o eixo entre a mente e o corpo no contexto da obesidade, modulando o comportamento alimentar hedônico (comer por prazer) e o sistema de recompensa cerebral.
Desafios e Oportunidades
Embora promissoras, essas intervenções exigem um monitoramento cuidadoso por parte dos profissionais de saúde, especialmente no que diz respeito ao surgimento de eventos psiquiátricos adversos. Além disso, abordagens multimodais, que integram terapias farmacológicas e comportamentais, são fundamentais para tratar a obesidade de forma abrangente, reconhecendo a influência profunda da saúde mental na relação dos pacientes com a alimentação.
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